Wine comes in at the mouth
And love comes in at the eye;
That's all we shall know for truth
Before we grow old and die.
I lift the glass to my mouth,
I look at you, and I sigh.
W.B.Yeats
a polpa da ficção
21 agosto 2015
2012
eu morri há muito tempo.
morri quando morri
no coração do meu amor.
morri quando morri
no coração do meu amor.
04 agosto 2015
o violino
Quando um dia perguntaram a Isaac Stern porque é que muitos dos grandes violinistas eram, como ele, judeus, respondeu simplesmente: “Um violino é fácil de transportar.”
(através de Pedro Paixão)
a queda (banda sonora)
A QUEDA (final)
- Ao menos comeu-a? – disse o inspector.
- Não – disse eu.
- Que porra – disse o inspector. – Ao menos podia tê-la comido.
A banda sonora para A Queda só pode ser Subway Song dos Cure:
Midnight in the subway
She's on her way home
She tries hard not to run
But she feels she's not alone
Echoes of footsteps
Follow close behind
But she dare not turn around
Turn around
07 agosto 2010
01 novembro 2009
04 outubro 2008
leituras
É escorreito, ágil, certeiro, rigoroso, divertido, obsceno, tudo isso e mais, e sem armar ao pingarelho, sem deselegância, sem secura, sem fastio. É uma maravilha, o único livro português que dá verdadeiramente pica ler desde que o Eça e o Cardoso Pires se finaram.
Li-o quando saiu (era eu adolescente). Reli-o agora.
25 maio 2008
03 maio 2008
12 agosto 2007
leituras
Não é verdade que tenha descoberto o universo hard-boiled com o Pulp Fiction. Mas não me importava que tivesse sido assim.
28 julho 2007
leituras
the continental op
Enquanto Steinbeck escrevia sobre vinhateiros e descamisados, Hammett escrevia sobre desesperados e furiosos. O primeiro é um europeu de segunda, o segundo é um americano de primeira. O primeiro ganhou o Nobel. O segundo está no princípio do que de melhor se escreveu na América nas décadas seguintes.
25 março 2007
18 dezembro 2006
20 setembro 2006
evidências absolutas
Se os intelectuais conduzissem Lamborghinis, os Lamborghinis teriam melhor imagem e os intelectuais seriam menos amargos.
17 setembro 2006
evidências absolutas
Detesto ser turista. Deve ir-se aos sítios porque se tem coisas para fazer lá. Ou então ser turista sempre no mesmo sítio. Gastar quinze dias em três quarteirões em volta do hotel. Conhecer todas as lojas, todos os cafés, todas as árvores daquelas ruas. Sair de lá a dizer "bom dia" a quem se cruza connosco.
11 setembro 2006
evidências absolutas
09 setembro 2006
os justos
Os niilistas que semeavam bombas nas cidades russas e consideravam aceitável sacrificar inocentes para matar o Czar não eram camponeses pobres, sem instrução e sem comida, desesperados da vida por não terem onde morrer. Eram estudantes, filhos de burgueses, bem vestidos e bem alimentados. O problema das análises que reduzem o terrorismo a um protesto político com raízes sociais é que ignoram a natureza e os abismos da alma, a metafísica da destruição que, século após século, irrompe nas sociedades humanas - não entre os povos primitivos, demasiado ocupados a sobreviver para se darem ao luxo de terem angústias existenciais, mas entre os membros mais descansados e reflexivos das sociedades desenvolvidas. O terrorismo tem as raízes no spleen de Paris, não no erguei-vos, ó vítimas da fome, e não perceber isto é não perceber nada. Bin Laden não é um cameleiro descalço, é o rebento maduro e sofisticado de uma casta opulenta e satisfeita. Os homens que o seguem usam a internet e sofisticados sistemas de navegação. O testamento de Ata é um modelo de disciplina.
Também não entendo o choque por terem sido rapazes de 18 anos a executar os atentados de Londres de há um ano. É aos 18 anos que somos mais violentos e intolerantes, e que a necessidade da morte está tão distante que não conseguimos realmente temê-la. É aos 18 anos que somos mais estúpidos - inteligentemente, racionalmente, radicalmente estúpidos, com a frieza de um esquizofrénico e a sofreguidão luxuriosa de um bárbaro.
O terrorismo é a guerra mais terrível porque é uma guerra que vem de dentro, irrompe a partir dos nossos filhos e dos filhos dos nossos irmãos. Não tem quartel porque não há campo de batalha, nem exércitos, nem bandeiras. É cego e oco e sem limites porque somos nós, é a nossa própria maldade a manifestar-se de repente, um pesadelo que vem sem aviso no meio da noite e nos toma sem cautela, ou objectivo, ou ódio. Era meu sobrinho? Era. Como é que pôde? Porque eu podia. E isso é tão assustador. É por isso que o negamos, que preferimos pensar em palestinianos maltrapilhos, em pigmeus de misteriosas florestas improváveis, em monstros nascidos para o ser como os filhos de Saddam. Mas não é verdade.
Também não entendo o choque por terem sido rapazes de 18 anos a executar os atentados de Londres de há um ano. É aos 18 anos que somos mais violentos e intolerantes, e que a necessidade da morte está tão distante que não conseguimos realmente temê-la. É aos 18 anos que somos mais estúpidos - inteligentemente, racionalmente, radicalmente estúpidos, com a frieza de um esquizofrénico e a sofreguidão luxuriosa de um bárbaro.
O terrorismo é a guerra mais terrível porque é uma guerra que vem de dentro, irrompe a partir dos nossos filhos e dos filhos dos nossos irmãos. Não tem quartel porque não há campo de batalha, nem exércitos, nem bandeiras. É cego e oco e sem limites porque somos nós, é a nossa própria maldade a manifestar-se de repente, um pesadelo que vem sem aviso no meio da noite e nos toma sem cautela, ou objectivo, ou ódio. Era meu sobrinho? Era. Como é que pôde? Porque eu podia. E isso é tão assustador. É por isso que o negamos, que preferimos pensar em palestinianos maltrapilhos, em pigmeus de misteriosas florestas improváveis, em monstros nascidos para o ser como os filhos de Saddam. Mas não é verdade.
08 setembro 2006
03 setembro 2006
02 setembro 2006
evidências absolutas
Ir ao ginásio diariamente e gastar 2 horas a tonificar os músculos para depois passar 6 horas diante do computador, a percorrer folhas Excel, emails e posts.
01 setembro 2006
evidências absolutas
O Vimeiro em agosto é um pequeno paraíso. Come-se bem, o mar é batido, como deve ser o mar, e o calor, cortado pela brisa atlântica, não é exagerado. As gentes não se assemelham às hordas ululantes que invadem o Algarve e outros lugares clássicos de férias. Não há vizinhos. Na verdade, quase não há lisboetas. A maioria da população flutuante é do Norte. Tem filhos, lê jornais e trabalha mais para o estômago do que para o bronze: em suma, é civilizada. No Vimeiro, em Agosto, não acontece nada. O que é o melhor que se pode dizer de um lugar de férias.
30 agosto 2006
29 agosto 2006
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